terça-feira, 9 de agosto de 2016

Supernatural ganha fôlego extra
Mudança de produtor garantiu retorno da série às origens  
Uma das séries mais longas da atualidade segue firme, mais pode ter sua última temporada se iniciando esse ano.

 

Supernatural - 11ª Temporada | Crítica 

Supernatural teve o retorno para a 11ª temporada marcado por um dos hiatos mais longos já enfrentados pela série. Fator que, somado a tensão dos últimos acontecimentos da 10ª temporada, só contribuiu para aumentar a ansiedade do público, fazendo a série bater um de seus recordes de audiência no episódio de estreia, sendo também uma das maiores aberturas do ano da CW. Números que representaram uma agradável surpresa, considerando a longevidade do programa. 
Conhecida por suas seasons finales de tirar o fôlego - onde tudo vira de cabeça para baixo, o próximo grande problema é apresentado e um dos irmãos morre ou fica extremamente próximo disso -  o décimo ano terminou no meio da caçada de Rowena (Ruth Connell) pela cabeça de Crowley (Mark Sheppard), com Castiel (Misha Collins) totalmente enfeitiçado e sendo mera marionete da bruxa, a Morte (Julian Richings) morta e Sam (Jared Padalecki) libertando a escuridão em uma última tentativa desesperada de remover permanentemente a marca de Caim gravada em Dean (Jensen Ackles). A nova temporada começa exatamente onde a anterior parou, com os irmãos Winchesters dentro do Impala tentando escapar do local em que a Escuridão foi libertada. Dean tem seu primeiro encontro com a poderosa figura, que se mostrou muito mais pacata do que o esperado.
Mesmo com tanta expectativa e fãs devotados à série, o retorno não foi muito aclamado. A promessa de uma volta às origens começou a ser questionada após um começo sem ritmo ou emoções, passando a impressão de que os três primeiros episódios eram um grande “filler” dividido em partes. A virada de espírito veio com “Baby”, o quarto episódio, narrado pelos olhos do Impala. A partir deste ponto tudo começou a andar, seguindo o formato das temporadas iniciais. Dean e Sam pareceram finalmente entender que funcionam melhor quando se unem para lutar contra qualquer ameaça e não entre eles. Crowley e Castiel, apesar de constantes e de extrema importância para o enredo, não foram mais tratados como protagonistas, chegando a nem aparecer nas histórias focadas nos irmãos.
Episódios cheios de nostalgia mostraram flashbacks da infância dos dois – destaque para “Just My Imagination” (s11e08), em que os irmãos ajudam o antigo amigo imaginário de Sam, em um arco hilário e, ao mesmo tempo, tocante.  Também voltaram ao programa o instinto protetor da dupla e até mesmo o bom e velho lema dos Winchesters, que há muito parecia ter sido esquecido - “salvar pessoas, caçar coisas, o negócio da família”. Essa reviravolta da temporada se deve à saída de Jeremy Carver, produtor-principal desde o oitavo ano. Robert Singer, produtor-executivo desde o episódio-piloto, assumiu o cargo. Membro oficial da equipe, sem nunca ter se afastado do projeto, além de assinar um grande número de episódios como roteirista e diretor,  Singer sabe como manter o foco sempre na família, seguindo a proposta original do criador Eric Kripke.
A temporada seguiu extremamente balanceada, surpreendendo com novas criaturas, trazendo antigos personagens para matar a saudade, mantendo as boas e velhas “piadas de quinta série” que dão o tom de deboche dos irmãos e retomando a mitologia em torno dos Homens das Letras. Uma vez resolvidos os conflitos entre Dean e Sam, a trama passou a ficar entre céu e inferno. Após um dos maiores mistérios terem sido revelados e Chuck (Rob Benedict) assumir ser Deus, acompanhamos Lúcifer (Mark Pellegrino) sair da jaula, com direito a birra por um pedido de desculpas e muitos outros anjos ressentidos.
A escuridão, que se apresentou inicialmente como um bebê, cresceu rapidamente ao longo dos episódios. Batizada como Amara (Emily Swallow), ela teve momentos hilários com o Rei do Inferno, que tentava ser um "bom pai". O  conflito contra Amara fez alianças inesperadas, em sequências bem construídas. Apesar da quantidade de personagens e intensidade das interações, a confusão foi evitada. No entanto, após muita propaganda sobre o tamanho da ameaça que a Escuridão representava, foi fácil demais derrotá-la. Uma grande surpresa foi deixada para a última cena. Quando  já se considerava a temporada terminada, apesar de nenhum dos irmãos ter morrido, Amara resolve dar um presente para Dean: Mary Winchester, sua mãe, retorna à vida.
O desfecho despertou muitas dúvidas e especulações entre os fãs agora que o último grande mistério da série parece ter sido resolvido. Será que com Deus de volta, o céu finalmente voltará a ordem? Dean e Sam ainda precisarão caçar? Uma vez que a morte de Mary foi o estopim para toda a jornada dos Winchesters, seria a volta dela o fim? Sam se recuperará? Dean finalmente poderá viver a vida com a mãe como sempre sonhou? Os Homens das Letras  terão sua história decentemente contada? Fica realmente difícil saber o que esperar da próxima temporada, já que nenhuma pista concreta foi dada neste último episódio. A sensação geral é que a série realmente caminha para seu final. Segundo, Kripke, porém, essa resposta está com Jared Padalecki e Jensen Ackles (leia mais). Enquanto os dois quiserem, a história dos Winchesters continua. Que venha então o 12º ano em outubro. 

 

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